Com Selic nas alturas e poupança em baixa, o crédito imobiliário pede socorro O financiamento imobiliário enfrenta um desafio crescente com ...
Com Selic nas alturas e poupança em baixa, o crédito imobiliário pede socorro
O financiamento imobiliário enfrenta um desafio crescente com a queda dos depósitos de poupança e o aumento da taxa Selic. A preocupação é que esses fatores elevem os custos para compradores de imóveis, colocando em risco a saúde do setor.
Os bancos, especialmente a Caixa, estão alertando sobre dificuldades futuras. O mercado busca alternativas de financiamento, mas os recursos mais caros ameaçam a acessibilidade do crédito habitacional.
A principal fonte de financiamento para crédito imobiliário vem dos depósitos de poupança, que são remunerados pela Taxa Referencial (TR), inferior aos juros de mercado. No entanto, desde 2021, os depósitos na poupança têm diminuído. Com a Selic alta, investimentos como o Tesouro Direto se tornam mais atraentes, dificultando o acesso ao crédito imobiliário.
Essa situação preocupa bancos, setor de construção e governo, pois o mercado imobiliário é essencial para a economia e geração de empregos. A Caixa, líder no crédito habitacional, já sinalizou dificuldades para 2025, indicando que a capacidade de financiamento habitacional está no limite.
Entre 2021 e maio deste ano, os resgates líquidos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 205,1 bilhões, enquanto o saldo da modalidade caiu 6,5%. O crédito imobiliário, no entanto, cresceu 50,2%, alcançando R$ 1,07 trilhão. A participação da poupança como fonte de recursos para crédito imobiliário caiu de 46% em 2021 para 34% no ano passado, enquanto outras fontes, como Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aumentaram sua participação.
A LCI é atrelada ao CDI, que segue a Selic, resultando em recursos de mercado mais caros. Em 2021, a taxa média de juros para financiamentos imobiliários foi de 7,1%, subindo para 10,2% no ano passado. A Abecip reportou uma queda de 5% nas concessões de crédito imobiliário até abril deste ano, tanto para consumidores quanto para construtoras.
Para resolver o problema, os bancos sugerem uma redução no recolhimento compulsório da poupança, liberando mais recursos para financiamentos. A Febraban estima que uma redução de 5 pontos percentuais poderia liberar R$ 37,5 bilhões.
O Banco Central, no entanto, não está inclinado a alterar as alíquotas do compulsório, acreditando que isso seria uma solução temporária. O Ministério da Fazenda reconhece a necessidade de mudanças estruturais para garantir o financiamento a médio e longo prazo, apostando no mercado secundário de crédito imobiliário.
Especialistas expressam preocupações com os riscos dessas operações, que poderiam ser repassados ao Tesouro Nacional. A Abrainc sugere criar uma linha de crédito em IPCA subsidiada com recursos do compulsório da poupança.
O economista Marcos Lisboa destaca a insegurança jurídica nos contratos imobiliários no Brasil, que aumenta os custos de crédito. Ele acredita que enfrentar essa questão ajudaria a reduzir o custo do crédito imobiliário.
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Por Anderson Miranda
Perito Avaliador Judicial TJDFT
CNAI 35679 | CRECI-DF 19800
peritoavaliador@andersonmiranda.com.br
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